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Para ler sem olhar

Diego Viana

Arquivo da categoria: moleskine

comunicação, costumes, crônica, descoberta, Filosofia, ironia, literatura, modernidade, moleskine, obrigações, opinião, prosa, reflexão

Algo a dizer

05/03/2009Diego Vianaabandono, aniversário, artigo, audiênciasósia, avanço, blog, círculo, charles darwin, cheerleader, comentário, comunicação, comunicado, comunicar, conta, conversa, darwin, delicious, descartes, diálogo, discussão, embed, escrever, escrita, expressão, falsidade, funcionamento, gênio, gênio maligno, harold pinter, hype, hyperklink, ilusão, lévi-strauss, linguagem, link, maio, maligno, manoel de oliveira, março, marshall mcluhan, mcluhan, meio, meme, mensagem, mentira, modernidade, motivo, mundoauto-engano, pagerank, pensamento, plugin, postagem, preencher, preenchimento, publicação, quimera, rené descartes, tautologia, tecnologia, trackback, treet, troll, tumblr 43 Comentários

Eu deveria deixar este texto guardado até maio, quando meu blog completa surpreendentes três anos de idade, entre percalços, mudanças e um sem-número de quase abandonos. Afinal de contas, é esse o momento em que, a princípio, deveríamos abrir um artigo com um “quando comecei este blog…” Mas nunca é demais dizer: números redondos e datas comemorativas são duas coisas que muito me incomodam, então maio virá em março mesmo, e lanço o bom e velho:

Quando comecei este blog, achava que não ia durar. Eu era cético, para início de conversa. Quase três anos depois, até que me acostumei, mas ainda tenho um pé bem atrás quando me falam em blogs, twitters e outras pequenas maravilhas do pequeno futuro. Mas a maior dúvida, e que serviu mesmo, por assim dizer, de motor para o impulso de criar o blog, foi uma dúvida pessoal. Quem abre um espaço no formato de um blog pressupõe que vai ter algo a dizer regularmente. Em geral, todo dia. E eu duvidava seriamente de que seria meu caso.

Cheguei a ficar pasmo com tantos blogs de tanta gente que escrevia com freqüência e disciplina. Cheguei a pensar que eu era o mais desleixado dos homens, porque em pleno 2005 ainda não postava na internet todo santo dia, como essas pessoas. Cheguei a considerar a possibilidade de entrar para o mercado financeiro. Logo eu, que sempre me achei cheio de idéias e que tanto escrevia nos meus caderninhos…

Ingênuo eu, que me deixei enganar pela prolixidade da blogosfera. Pouco a pouco, fui me dando conta de que muito raramente alguns daqueles tantos textos que iam surgindo, dia após dia, tinham mesmo alguma coisa a dizer. Percebi, finalmente! Eu estava diante de mais uma dessas reversões que sempre caracterizaram as técnicas de comunicação, mas nunca foram previstas a tempo de escaparmos do turbilhão (como se jamais tivéssemos podido escapar aos turbilhões da história…).

Esclareceu-se um pouco melhor o princípio dos blogs e correlatos. Há muitas exceções para ele, felizmente, mas nunca uma exceção invalidou um princípio, muito pelo contrário: sempre o realçou. Pois o que entendi foi que, na essência, não se escreve em blogs para atualizar o germe de uma mensagem. Não é expressão, não é comunicado, não é nem mesmo opinião. Ao contrário, a publicação, a escrita, a atualização da página é que justificam a busca de opiniões, mensagens, sentimentos e idéias a expressar.

Todas essas páginas pessoais que criamos como “espaços onde digo o que penso” mascaram esse princípio em que, já sublinhou Marshall McLuhan (mas com outro sentido), “o meio é a mensagem”. Sem um exercício muito cuidadoso de observação, tudo que se possa pensar para uma postagem nada mais será do que um pretexto para preencher o blog. Sei bem o quão estranha soa essa afirmação, mas basta um pouco de distanciamento para verificá-la.

O que são todos esses neologismos 2.0, senão estofo do meio, se passando por mensagem? Meme, hype, hyperlink, tweet, feed, tumblr, trackback, poke, delicious, troll, embed, plugin, pagerank? (Tentei imprimir um ritmo de cheerleader, acho que não deu certo…) Em última análise, são ferramentas que se justificam mutuamente, numa tautologia de números e ligações cujo objetivo principal, ao lado de manter o Google por perto, é dar a impressão de uma atividade frenética e fértil que jamais poderia ser verdadeira.

Desde que me dei conta disso, abandonei toda ambição de me adaptar ao bom funcionamento da blogosfera. Mas ainda restava a mesma dúvida: se não vou escrever para justificar o fato de estar escrevendo, o que, então, escreverei? Eu ainda precisava justificar para mim mesmo o fato de entrar na página de administração e oferecer a desconhecidos algo que não lhes interessa. Afinal, se vou dizer algo, cumpre saber para quem estou dizendo, e merecerá um tapa na orelha quem disser “para o mundo”. Não só o mundo não está preocupado com o que cada blogueiro dos rincões do planeta tem a dizer, como seria necessário, para escrever “para o mundo”, redigir centenas de vezes o mesmo argumento, a mesma mensagem, a mesma idéia, para atingir pelo menos uma fração dos diversos tipos de receptor que há no “mundo”. Querer falar “para o mundo” (inteiro) resulta, via de regra, em falar para rigorosamente nada. Haja força de vontade para conversar com nada.

Se o blog é um diálogo, então é diálogo com quem? Com outros blogueiros? Voltamos à tautologia cheerleader de que já falei. Eu seria obrigado a procurar os assuntos do momento e inventar uma opinião. Mas por que raios vou querer fazer isso? Inventar uma opinião sobre temas que desconheço, só para atrair visitantes e preencher meu blog – e voltamos à armadilha! Algo aí está faltando. Esse diálogo não atravessa lugar nenhum, antes ricocheteia nas próprias paredes e reverbera até a surdez. Não pode ser isso.

O curioso é que, apesar de tudo que escrevi nos últimos parágrafos, continuo preenchendo meu blog, às vezes com quatro textos num mês, às vezes com nove. Parece que todo o discurso que abriu este texto é charminho, conversa fiada para parecer diferente. Um pouco, talvez. Não vou negar. Mas também é verdade que sou movido por uma convicção injustificável de que o diálogo existe em alguma parte e não é regido só pela quimera tautológica de uma grande comunidade de internautas. Pode ser auto-engano, mas acredito que não estou escrevendo aqui só para preencher o espaço. Tenho a nítida impressão de que estou dizendo algo a alguém.

E não vou fazer suspense. Descobri com quem dialogo quando me pus a especular sobre o motivo de passar, às vezes, tanto tempo quase sem escrever para o blog, como foi nos últimos meses. Assunto não faltou. Quis comentar os centenários de Lévi-Strauss e Manoel de Oliveira e a morte de Harold Pinter, por exemplo, e não o fiz. Observei bastante a polêmica (um tanto peculiar) em torno de Darwin, mas não escrevi a respeito, algo que teria feito imediatamente, em condições normais. O que faltou foi estabelecer o diálogo.

Comecei a ver que o que coloco no papel para publicar aqui nada mais é do que a formatação de uma discussão que acontece dentro da minha cabeça. Uma parte de mim pergunta, a outra responde; ou então, um lado propõe alguma coisa, o outro refuta. Uma terceira porção pode, também, lembrar de alguma coisa que eu ia esquecendo. Só que, enquanto está na cabeça, todo esse papo não resulta em nada. Surge e se desmancha no mesmo instante, porque é isso mesmo que acontece com o pensamento, esse ciclone sem direção, nem sentido.

Daí a escrita, daí a postagem, daí o blog. É como se eu fabricasse para mim mesmo uma audiência imaginária, que pode ter um número perfeitamente indefinido de pessoas, desde que, bem no centro da sala, esteja eu mesmo, escutando e replicando. Comentaristas vêm e vão, alguns, pouquíssimos, ficam, tornam-se até amigos, colegas, vizinhos. Aprendemos juntos, debatemos, discordamos, como em toda discussão, mas o fato é que nunca sei quem serão, se virão, nem mesmo se existem de fato ou se é sempre o mesmo malin génie cartesiano que se multiplica a cada post, só de molecagem.

E não faz mal. Enquanto houver a garantia daquele meu sósia, na verdade minha projeção, bem à minha frente, atento para o que tenho a dizer, haverá razão para seguir. Terei o que dizer.

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