Às vezes, para expressar uma grande verdade, basta inverter um grande lugar-comum.
Nem sempre é assim, claro.
Mas é interessante notar como as palavras bonitas e inspiradoras oferecem um momento de satisfação, algo que se deixa facilmente confundir (talvez voluntariamente, na verdade) com mensagens edificantes.
Palavras duras, num ambiente duro (essa aí é uma parte da Lapa não particularmente favorecida pela boemia zona-sul), talvez sirvam melhor para edificar, se lembrarmos que todo processo de edificação começa pela terraplenagem.
Não estou falando de demolição, de trazer abaixo seja o que for, mas de enxergar o terreno ainda na condição de terreno, sobre o qual se possa imaginar um projeto.
Como reverter a um estágio de terreno e de projeto, como dar início a uma terraplenagem, sem postular alguma quixotesca demolição, dessas que exigem dinamite e só podem ser realizadas por empreiteiras enormes, ricas e estruturadas, com um alvará na mão, leia-se um documento concedido pelo poder?
Sei lá. Passo a pergunta aos artistas de rua.