
É de manhã, vem o sol, mas os pingos da chuva que ontem caiu ainda estão a brilhar
Como todo mundo no Brasil, sempre fui de encarar as datas cívicas como desculpas para os feriados. Hoje, se estivesse em São Paulo, imprecaria contra os céus por encaixar o dia da pátria num domingo, quando não faz diferença e não dá para ir à praia.
Mas, bolas, nada como a distância para fazer de nossos cínicos uns sentimentalóides. Eis que me flagro com vontade de celebrar o sete de setembro. Nada grandioso. As patriotadas são coisa do passado ou de gente que sofreu a lavagem cerebral de uma educação anacrônica. Honestamente, me assustam, e fazem pensar no irracionalismo belicista de outros tempos e outras nações.

O sol colorindo, é tão lindo, é tão lindo, e a natureza sorrindo, tingindo, tingindo
O verdadeiro patriotismo é coisa que praticamos com muita competência no Brasil, embora não pareça, embora nos tomemos todos por uns hipócritas entreguistas ou corruptos. É ter prazer em conversar em nossa própria língua, com nossos tantos sotaques. É salivar pelos pratos e quitutes de nossas culinárias, com intensidade particular, diferente do prazer em provar a comida dos outros. É admirar as paisagens, reconhecê-las e tirar delas lembranças e utopias. É conhecer uma infinidade de melodias e poemas, recitá-los, cantar junto.
Não porque, e isso é o mais importante, sejamos melhores do que os demais países em qualquer dessas coisas. Mesmo se, eventualmente, formos mesmo. Mas fundamentalmente porque são coisas nossas, são nossas coisas.
O verdadeiro patriota, portanto, deve entender que as maravilhas de seu país não caíram do céu, mas também ele não está condenado a seus defeitos.
Para o verdadeiro patriota, é sempre possível conceber seu país melhor do que é. O verdadeiro patriota pode imaginar, distante no futuro, a nação em outro patamar de civilização, sem que seus pares estejam autorizados a acusá-lo de desprezar o presente.
Por um motivo muito simples. O verdadeiro patriota é aquele que sabe que, para chegar aonde se deseja, há simplesmente que fazer por onde.

Um pouco de uma raça que não tem medo de fumaça e não se entrega não
Olá, não desiste do meu blog, obrigada pela tua visita, espero que tenhas gostado, pois já coloquei mais duas fotos, espero que gostes.
O teu blog também tem fotos muito giras!
Beijos!
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É… Também sou vulnerável a esses banzos de exilados voluntários…
No dia sete de setembro, fui ver Tropa de Elite, o qual ainda não tinha visto. Uma maneira interessante de pensar o país e de concluir que sim, você tem toda razão: “O verdadeiro patriota é aquele que sabe que, para chegar aonde se deseja, há simplesmente que fazer por onde.”
Há muito o que fazer. E espero poder fazer parte dos que ajudam a fazer.
Abraço patriótico,
Lelec
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“É conhecer uma infinidade de melodias e poemas, recitá-los, cantar junto”
Gosto é disso!
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@susana, você não deixou seu endereço… Assim, não consigo te visitar! Beijos!
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@Leo, só quem está longe pode entender esse tipo de sentimento. Confio em você para ajudar a erguer nosso país. Abraço!
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