8 comentários sobre “Do tradicional e do caduco

  1. conheci bem Paris e parte da França antes da guerra, não voltei mais, mas pelo seu texto vejo que o parisiense é imutável e a Frença também. De modo geral o francês é arrogante, inventa e perde guerras, mas a cultura é extraordinária, um país que “produz” um Malraux merece respeito.
    Quando cheguei ao Brasil em 1941 o país era “afrancezado” em especial na area escolar, o ensino ginasial era esplendido calcado no sistema francês. Perdeu – se essa vantagem e outras mais, a cultura desenvolevmetista passou por cima da tradição, apressada e desorganisada, e a nossa cultura difundida por uma televisão analfabeta e a musica perdeu seu samba tradicional
    abraço

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  2. “Oz mei, pulcele? Celui tien ad espous
    Qui nos redemst de son sanc precious.
    En icest siecle nen at parfite amour:
    La vide est fraiele, n’i at durable onour;
    Ceste ledece revert a grant tristour.”

    Ouve-me donzela, toma como esposo
    Aquele que nos redimiu com seu sangue precioso.
    Neste século não há amor perfeito:
    a vida é fragil, não há honra que dure;
    Esta alegria reverte em grande tristeza.

    Canção de Aleixo, séc Xi

    Neste mesmo século Rolando bradou aos seus comandados:
    “Vamos em frente: os cristãos têm razão, os mouros não.

    Essas contradições entre um sentimento tão elevado e outro tão simplista fazem parte da França, como fazem parte do Brasil.
    Os desencontros são frutos do desconhecimento um do outro e o outro do um. Com você mencionou os contrários se encontrarão no infinito. É uma pena.

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  3. oi, parece mentira, mas eu, embora tenha morado um ano em Paris, acho que metade do que os brasileiros dizem dos franceses é uma profunda incapacidade de conviver com o diferente. Então, veja: não que eu negue que até pode ter la um fundo de verdade no que dizem, mas tenho ca para mim que nem os brasileiros são os santinhos e simpaticos que eles acham que são nem os parisienses os monstros que dizem. Eu tive amigos franceses que serão para todo o sempre e vi muita delicadeza, muita emoção! Acho que se mudassemos um pouco o modo como os vemos e como nos dispomos a olhar as culturas diferentes da nossa ajudaria bastante contra a intolerância! E quanto ao passado, bem, Paris, na minha area, tem um Barthes, um Derrida; na literatura, tem Genet, tem a moçada toda do nouveau roman (que embora sejam chatos, foram de uma ousadia…). enfim, sei la, escrevo isto porque gosto ou desgosto de gente, né? quem fica medindo por nacionalidade nunca vai ver a beleza do outro irremediavelmente outro. e desculpa escrever tanto; é que é uma delicia quando um texto da vontade de escrever… Um beijo.

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  4. Há muitos anos estive em Paris, e não sei se pela minha pouca idade ou pouca convivência no país, não tive essa má impressão dos franceses. Acho, sim, que a França é um país que gosta de manter suas raízes, assim como outros países europeus.
    Concordo que o Brasil (e o brasileiro) adora vender a política do “jeitinho”, do progresso. Mas como diz a MIlena, a crítica dos brasileiros aos franceses, por mais que sejamos um país feito de miscigenação, “é uma profunda incapacidade de conviver com o diferente”.

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  5. Oi Milena,

    Concordo com tudo que você disse, mas você há de convir, também, que críticas feitas aqui e ali, ao voltar de uma viagem, não são a mesma coisa que dizer dos franceses que eles são “monstros”… Também acho que o brasileiro tem uma certa dificuldade em lidar com o diferente (aliás, isso é a coisa mais comum do mundo), mas também não vamos exagerar…

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  6. Ivo Korytowski disse:

    Só tem um jeito: miscigenar brasileiros com franceses. Aí chegaremos a um ponto de equilíbrio entre passadismo e modernidade. Muito interessante esta sua análise!

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  7. Estudei francês no ensino médio em escola pública, no Rio de Janeiro. Bons tempos em que a cultura francesa não era privilégio de poucos. Ok… temos a internet, a TV, as traduções e tudo o mais, mas nada como poder ler no original.
    Talvez o que falte aos dois povos, em muitos momentos, sejam duas virtudes fundamentais para a evolução do ser: humildade e tolerância. Encontrar o meio-termo nunca é tão fácil quando se lida com as vaidades humanas. Aceitar o novo? fundamental! Respeitar o antigo e “tradicional”: fundamental! Amo a modernidade e o uso que podemos fazer da tecnologia (e não vice-versa), mas confesso que não deixei de lado o hábito de escrever a alguns amigos, de próprio punho, algumas cartas que se tornam muito mais charmosas.
    Mas não é por isso que me nomearei Baronesa Rosane… mas se tivesse herdado o título… quiçá? rs
    Parabéns pelos artigos aqui escritos.

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